ACERTO NA PETROBRAS 6: Outra questão pode ser fonte de estresse com Bolsonaro: subsídio ao diesel; caminhoneiros estão na base do eleito
Há outra questão espinhosa projetada para o futuro. Vejam as respostas dadas por Castello Branco a duas questões feitas pelo Estadão. Indagou o jornal: "Em maio, os caminhoneiros pararam o País por causa do reajuste ao óleo diesel. O sr. acha que esse assunto foi bem conduzido pelo governo?". Respondeu o futuro presidente da Petrobras: "Não sei, porque não participei. Prefiro não dar opinião. Mas a raiz disto está na farra de crédito subsidiado do BNDES de 2007 a 2014. Isto, aliado à má condução da política econômica, levou o País à uma recessão brutal, afetando o setor de transporte de cargas." Ele tem razão. Com efeito, deu-se crédito barato para o setor, que foi às compras, e aí chegou a recessão. Resultado: empresas endividadas e caminhões parados. Quis saber a reportagem: "O subsídio ao diesel tem de ser repensado?" Ele considera: "Subsídio não resolve nenhum problema. Pelo contrário, acaba criando outros. Temos um sério problema de desequilíbrio fiscal. Não é recomendável que se mantenham subsídios como um todo. Vamos discutir essa questão mais à frente."
Eis aí desafios com os quais o futuro governo terá de se haver. Os caminhoneiros, que mostraram grande poder de mobilização, com o apoio do então pré-candidato Jair Bolsonaro, diga-se, arrancaram não apenas o subsídio ao combustível como o tabelamento do frete, que desafia, sim, o manual do liberalismo, mas também a eficiência e a racionalidade econômica.
De toda sorte, tudo indica, a Petrobras ficará em boas mãos, e o caminho apontando por seu futuro presidente parece o correto. Consolida e aprofunda escolhas feitas pelo governo Temer, que deu início ao trabalho de recuperação da empresa.