Ações da Petrobras caem mais de 14%; Cunha Lima, senador tucano, fala bobagem e cobra a demissão de Parente; já a BRF torce por isso...
O prejuízo é muito maior do que parece. As ações da Petrobras caíram mais de 14%. A decisão da empresa de arcar com parte das perdas para debelar a crise — aqueles R$ 350 milhões — lhe custaram, em valor de mercado, R$ 45 bilhões. Sim, é possível que se recupere agora que está claro que a empresa manterá a política de preços. Mas vejam o custo da irresponsabilidade, que não reconheceu fronteiras partidárias.
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), em entrevista à Rádio Bandeirantes, defendeu nada menos do que a demissão de Pedro Parente, presidente da Petrobras, que vem a ser o homem que a recuperou dos escombros. O tucano acha que ele não é bom o bastante para comandar a estatal.
Quem estava torcendo por isso era a BRF. O mercado apostou que Parente deixaria a Petrobras, o que apressaria a sua ida, então, para a BRF, e isso fez os papeis dessa empresa disparar, com valorização de 6,4%. A reação se deve à seriedade do trabalho de Parente. E, tudo indica, por isso, Cunha Lima o quer fora da estatal. Deve achar que esse traço de caráter não compõe o perfil ideal para administrá-la.
Estes são os nossos homens ocos, como escreveu o poeta.