Ações da Petrobras disparam após despencar!!! Quem diria? Eu disse. E os apocalípticos da 6ª sumiram. Faz sentido! Bocós vão pagar a conta
Afirmei aqui no sábado que parte da gritaria com o pedido de demissão de Pedro Parente atendia pelo nome de especulação. Havia gente plantando o terror para comprar na baixa o que, em seguida, venderia na alta. Com a queda de 15% das ações na sexta, houve quem antevisse o Armagedon. Bem, pior para quem vendeu; bom para quem comprou. Enquanto escrevo, a Petrobras ON, as ações ordinárias, tem uma alta no Ibovespa de 6.78%; as ações preferenciais, PN, de 8.79%.
O mercado dá como certo que Ivan Monteiro, presidente interino da empresa e ex-diretor financeiro — na verdade, a complicada fórmula na conta combustível, o que inclui o preço com que o produto sai da refinaria, passa por ele — será confirmado no comando. E, assim, a aposta é a de que, para o caixa da empresa, não haverá grandes mudanças — talvez nenhuma. E, dada a fórmula em vigência, quem vai arcar com a conta é o Tesouro Nacional.
Pronto! Alguns bilhões em valor de mercado se perderam na sexta; outros bilhões, de acordo com o mesmo critério, se ganharam nesta segunda. Dar bola a essas coisas, sem atentar para o conjunto da obra, corresponde ou a fabricar alarmismo ou, em alguns casos, a alimentar falsas esperanças.
A Petrobras, a monopolista do refino, resolveu fazer a sua política de variação diária do preço do combustível — com a média móvel, o caixa da empresa seria atendido, gerando menos estresse social. Mas sabem cumé… Aí é preciso fazer a distinção entre economia de mercado e mercadismo econômico. O troço era uma bomba-relógio. E raramente o país assistirá a outro espetáculo de burrices distintas e combinadas como o que se viu.
Empresas e ditos "autônomos" planejaram o locaute. O governo reagiu tarde e mal. Com a renda deprimida e alimentada cotidianamente pelo noticiário da desesperança virulenta, a que a Lava Jato, conduz os brasileiros, a população "aderiu" simbolicamente à greve, ainda que arcando com os prejuízos no curto, no médio e no longo prazos. A extrema-direita de chanchada apoiou a porcaria toda. Os ditos "liberais" fecharam o bico de olho nas urnas. E a esquerda nadou de braçada.
Resultado: vitória do atraso. Todas as medidas adotadas pelo governo, atendendo à pauta dos caminhoneiros, agridem fundamentos de uma economia saudavelmente de mercado. Assim, os cartórios todos foram atendidos. E o conjunto dos brasileiros pagará a conta. Mais: criou-se a impressão de que errado é fazer o preço dos combustíveis flutuar e que o certo era a política adotada por Dilma Rousseff, que levou a estatal à lona
Aqui e ali, houve espaço para debater a carga tributária sobre combustíveis — de fato, imensa… A questão e saber se o país está em condições de abrir mão dela. Resposta: não! E, mais uma vez, a questão essencial foi para baixo do tapete, que é o monopólio do refino exercido pela Petrobras.
As ações da empresa estão em alta porque se considera que seu caixa está protegido. Mas a que custo? Se o Brasil fosse empresa e tivesse ações na Bolsa, elas estariam, agora, em queda. Justamente porque as da Petrobras estão em alta.
A síntese: setores da direita pararam o país; a esquerda faturou, e, no fim, venceram o estatismo e a intervenção do governo. Quem vai pagar a conta? O conjunto dos brasileiros…
Sim, na condição de membro do povo brasileiro, meu bom leitor, você pode bater no peito e dizer: "Sou eu o maior acionista da Petrobras… O povo venceu!".
Ok. Na próxima vez em que for abastecer, tente pagar o frentista com o seu ufanismo.
