Barroso, um general Mourão de toga e com retórica salta-pocinhas, volta com seu papo fascistoide de refundar o país. O que é isso?
O ministro Roberto Barroso fez a saudação a Dias Toffoli, novo presidente do Supremo, em nome de seus colegas de tribunal. Notório por ignorar a Constituição e os códigos legais, o doutor não teve a humildade e o bom senso de fazer um discurso institucional, em nome do grupo. Não! Mais uma vez, veio com a sua ladainha insana sobre uma tal "refundação do país".
Em que consiste tal "renovação"? Não sabemos. O que sei, porque isto é história, é que essa conversa de "refundar" países é papo de fascistas de direita e de esquerda. A "refundação do país", na boca de Barroso, está para o "é preciso mudar isso daí" de Jair Bolsonaro. A diferença entre uma coisa e outra está só na afetação pseudo-intelectualizada do ministro. A verdade inquestionável é que o doutor gosta mesmo é de dar caneladas da lei e na Constituição, apesar de sua retórica um tanto salta-pocinhas.
Não faz tempo, Dias Toffoli foi alvo do submundo da Lava Jato, que tentava associar seu nome ao esgoto do petrolão. E eis Barroso em seu discurso a defender que o "combate à corrupção" deva ser o objetivo do Poder Judiciário e o novo umbral da civilização. Uma ova!
Combater a corrupção é um dever permanente dos homens públicos, mas esse não deve ser o norte de ministros do Supremo ou do Judiciário. O norte é seguir a lei. Ou não tardará para que algum togado decida que objetivo tão nobre só pode se dar fora da ordem legal. Como faz Barroso.
Que Dias Toffoli, novo presidente do Supremo, colabore para que a Constituição e os códigos que temos passem a ser as referências de todos os ministros do Supremo, não apenas daquela parcela que decide aplicar e seguir a lei.
Barroso e general Mourão têm uma coisa em comum: gostam de inventar Constituição sem Congresso.