BRETAS E O AUXÍLIO-MORADIA 2: A corrupção é um mal, mas incompetência e nababos matam ainda mais criancinhas
Na nota em que protestou contra a notícia, que é apenas um fato, segundo a qual tanto Marcelo Bretas como sua mulher recebem auxílio-moradia (R$ 4.377,73 mensais cada um), escreveu o presidente da Ajuferjes (Associação dos Juízes Federais do Rio de Janeiro e Espírito Santo), Fabrício Fernandes de Castro.:
"A constante campanha para tentar desmoralizar os juízes federais brasileiros pretende não só subtrair um direito como denegrir a honra dos que hoje mais se empenham em coibir o maior dos males da administração pública brasileira, a corrupção organizada e voraz".
Já desmontei parte da tolice em outro post. Quero aqui chamar a atenção para outra questão de extrema relevância.
Cumpre lembrar aos senhores togados uma triste realidade. A corrupção é um mal entranhado na vida pública brasileira e tem de ser combatida. Mas é mentira que seja ela o maior dos males. A incompetência e o privilégio dos nababos custam muito mais aos cofres públicos. Quando se quer jogar a corrupção havida na Petrobras na estratosfera, fala-se em R$ 42,8 bilhões. Gente sensata diz ser esse número um chute sem fundamento. Na ponta do lápis, poderia alcançar R$ 15 bilhões. Não importa. Seja um valor, seja outro, saibam: só a desastrada política de preços dos combustíveis na Petrobras, levada a efeito por Dilma, custou à empresa R$ 70 bilhões.
Em 2017, o rombo da Previdência foi de R$ 268,7 bilhões. Só o regime de previdência dos servidores da União, onde estão os juízes, responde por um buraco de R$ 86,34 bilhões. A corrupção tem de ser combatida, sim, a qualquer custo, dentro da lei. E os vagabundos que roubam têm de pagar por isso. Mas vou lembrar aqui as palavras do pensador Deltan Dallagnol, que gosta de sair por aí a dizer que a corrupção mata porque rouba dinheiro das criancinhas pobres.
Concordo com ele!
Mas a boa vida dos nababos do serviço público mata ainda mais. Porque rouba dinheiro de ainda mais criancinhas.
É lamentável que uma associação de juízes confunda o dever de informar e o direito de ser informado com uma conspiração contra os que combatem a corrupção.
A propósito, doutor Fabrício Fernandes de Castro: caso eu passe a apoiar o suposto "direito" de o casal Bretas receber dois auxílios-moradia, aumenta a minha cota de apoio ao combate à corrupção?
O ridículo deveria conhecer limites. Mas não conhece.