COPA DE BOBAGENS 1: Cármen Lúcia, do STF, decide contestar coluna que escrevi e, ora vejam, fala uma tolice também sobre futebol
Na coluna de sexta, na Folha, em que afirmo ser infeliz o Brasil saber o nome dos ministros do Supremo, mas não dos integrantes da Seleção, escrevi ainda:
"Os jogadores do STF surgem na ponta da língua de parte considerável da população por maus motivos —até porque não estão a ser exaltados, mas espezinhados. Os brasileiros resistem a se apegar a uma das melhores equipes da história porque também a seleção encarna a ideia da representação. E o Brasil vive, infelizmente, sob o império de um ente de razão, de uma abstração com poder de polícia também política, a nos dizer que todos os nossos representantes, sem exceção, são trapaceiros."
Não é que a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo, decidiu discordar de mim? Naquele mesmo dia, depois de ler a coluna, num evento acadêmico em Minas, resolveu saudar o momento por que passa o país. Afirmou:
"Tenho visto com muita frequência que os brasileiros conhecem muito mais os juízes do Supremo Tribunal Federal às vezes do que os jogadores que foram para a Copa nesta ocasião".
Dizer o quê? Para não variar, Cármen Lúcia está errada. O STF só se tornou a estrela do jogo pelo excesso de judicialização da política e de politização do Judiciário, que atingiu o ápice sob o seu comando. Jamais o tribunal legislou tanto e tão mal. E se pode fazer a pergunta: "Mais o país melhorou?" O quadro eleitoral responde. Não! O que se tem é um aumento evidente da insegurança jurídica.
Digo sem medo de errar à senhora Cármen Lúcia para uma nova contestação: o país começará a entrar de novo no eixo quando os brasileiros voltarem a ignorar quem tem a toga sobre os ombros e tiverem na ponta da língua os que envergam o uniforme da Seleção. É preciso pôr um fim à era dos juízes jogadores.
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