É uma estupidez sugerir que a intervenção é suspeita porque Temer e Pezão são aliados na causa
Os irresponsáveis do direito achado na rua e no lixo já estão papagaiando por aí que a intervenção no Rio é duvidosa porque, afinal, foi uma ação concertada entre o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e o presidente da República.
Não sei em que trecho da Constituição os idiotas encontraram a indicação de que a intervenção só é possível quando os chefes do Executivo Federal e Estadual são adversários políticos. Essa gente ainda está com a cabeça no golpe de 1930 e no golpe dentro do golpe, de 1937. O direito achado no achismo ainda é… getulista!
Não existe um modelo de intervenção federal. O que a Constituição estabelece são as condições que a justificam. Estão no Artigo 34.
E quais áreas serão afetadas pela intervenção e quais são os poderes do interventor? A Carta não define esse conteúdo. Apenas dá o formato no Parágrafo 1º do Artigo 36:
"§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas."
Logo, o decreto, a ser submetido ao Congresso Nacional, é que determinará a extensão da ação. No caso, Michel Temer já deixou claro que a intervenção se limitará à área de segurança pública. O interventor terá autonomia — subordinado ao presidente apenas — para cuidar exclusivamente dessa área.
Afirmar, pois, que a intervenção é duvidosa porque, afinal, governador e presidente são aliados é de uma supina estupidez.