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Reinaldo Azevedo

Eles amam seus algozes-2: 70% dizem ser contra privatizações; só 20% a defendem; os mais pobres são os mais estatistas

Reinaldo Azevedo

26/12/2017 10h28

Os brasileiros amam seus sequestradores. Que façam, então, bom proveito! E o amor é tanto maior quanto mais explorados os indivíduos são por seus algozes. Segundo pesquisa Datafolha, 70% dos brasucas são contrários às privatizações. Apenas 20% se dizem favoráveis. Afirmaram não saber 9%. A opinião é livre, mas ela pode ser informada ou desinformada. Só duas coisas justificam a defesa do estatismo: ideologia ou oportunismo (o sujeito mama nas tetas de órgãos públicos). Isso à parte, é desinformação. E a pesquisa revela, então, de lambuja, o analfabetismo econômico dos universitários. Explico.

Só 14% dos que têm ensino fundamental defendem a venda das estrovengas públicas (73% se opõem); a aceitação sobre para 20% no grupo com ensino médio (72% são contrários), alcançando 33% entre os com curso superior. Mesmo assim, nessa faixa, a rejeição à privatização é escandalosa: 62%. Quando se faz o corte por renda, a privatização supera a metade das preferências apenas entre os que recebem mais de 10 salários mínimos (55%a 39%); já baixa para 32% entre os de 5 a 10 (32% contrários); cai para 24% (contra 69%) no grupo que ganha de 1 a cinco mínimos e despenca para 13% na faixa que recebe até dois mínimos — 75% se opõe,

Vale dizer: o estatismo é mais popular entre os que sabem menos, entre os que ganham menos, entre os — estejam certos disto — que vivem menos. E, no entanto, cabe perguntar: o que o estatismo gera de positivo para toda essa gente? Resposta: nada!  Só existem mais celulares do que brasileiros por causa da privatização, que democratizou esse bem. Não houvesse estatais, não haveria petrolões e assemelhados.

Vale dizer: a esquerda venceu essa guerra.

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.