Fachin, Barroso e Fux não me surpreendem em nada. Com todo respeito, deixaram há muito de se comportar como juízes. Fazem é política!
Cada um vote como quiser, assim como posso, se quero, lamentar o papel ridículo de cinco ministros que, na votação sobre a condução coercitiva, mais uma vez, tiveram de recorrer a argumentos que não pertencem à esfera jurídica, dando-se mesmo o desplante de ignorar o que está escrito em nome de suas noções muito particulares de Justiça. Edson Fachin, Roberto Barroso e Fux não me surpreendem em absoluto. Com todo respeito, deixaram há muito de se comportar como juízes. Usam, de forma desabrida, clara e insofismável o tribunal como instrumento de luta política — não a política partidária. Em nenhum momento o trio enfrentou o óbice constitucional, tentando lhe dar outra leitura que fosse, ainda que difícil. Nada! Perderam-se em conjecturas sobre ser a condução coercitiva um modo de fazer a punição valer também para os ricos. Não é argumento, mas uma regurgitação do punitivismo estúpido, vazado com as tintas da defesa do interesse dos mais pobres. Bem lembrou, note-se, o ministro Marco Aurélio que a condução coercitiva, inconstitucional!, não era um instrumento empregado apenas contra crimes do colarinho brando — e não que ele o estivesse justificando. A prática se espalha país afora e, por óbvio, agride muito mais os direitos dos humilhados, que Fachin fingia proteger.
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