Imprensa tem de parar de ser conivente com fascistoides de câmera na mão. Jucá no avião-1
A grande imprensa faz muito mal em aceitar passivamente o lixo que vem da Internet. Trata-se de um erro que une pauteiros, editores e diretores de redação. Qualquer imbecil tem a ambição de ser notícia, molestando terceiros. A vítima da hora é Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado. Fico à vontade para escrever o que escrevo porque nunca defendi, por exemplo, que petistas fossem importunados em espaços públicos: aviões, restaurantes ou o que seja. Não se encontrará post meu com esse conteúdo. Ao contrário: sempre fui crítico desse procedimento.
Uma senhora, que resolveu viver seus momentos de celebridade, aborda o senador no avião. Trata-se, ainda que não diga, de uma esquerdista — petista muito provavelmente. Ela pode ser o que quiser. Não tem é o direito de importunar os outros. Isso não é democracia, não. Isso é comportamento fascistoide.
Qualquer cretino hoje pode pegar um celular ou uma câmera e sair por aí a dizer sandices, a perguntar sandices, a constranger terceiros com sandices. Uma câmera na mão e merda na cabeça.
Veja-se o caso da senhora em questão. Ela sugere que Jucá anda acompanhado de ladrões e tal, mas o seu ponto é outro: reforma da Previdência. Ela é contra. E por que alguém seria contra? Provavelmente, uma de duas alternativas, eventualmente as duas:
a: porque é beneficiária do atual sistema, que transfere dinheiro de quem não tem para quem tem;
b: porque é amiga de algum beneficiário.
Refiro-me, claro!, a pessoas com direito a aposentadoria integral, num sistema que está quebrado.
Acho o comportamento dela asqueroso — ou de qualquer outro que a tenha antecedido ou que a suceda. E pouco me importa a sigla de quem está do lado de lá.
A imprensa tem de parar de ser conivente com comportamentos fascistoides.