Janot concede uma entrevista à Folha em que fica evidente a arrogância do desespero
Ainda voltarei ao tema. Espantosa a entrevista concedida por Rodrigo Janot, procurador-geral da República, à Folha desta segunda. Escolham o território da crítica. É eticamente inaceitável — e, note-se, o jornal cumpre seu dever ao decidir ouvi-lo. Não há nada de errado com a imprensa nesse caso. O procurador é que é um erro continuado. É tecnicamente patética. Leiam-na. O homem faz a apologia da presunção de culpa com uma desfaçatez como nunca vi. É indecorosamente grosseira e cínica não com Michel Temer, mas com o presidente da República.
Pior do que isso: nota-se o tom de ameaça. Um despropósito. E Raquel Dodge não escapa: Janot dá a entender que vai monitorar o seu trabalho.
O nome disso? Arrogância do desespero.
Fica para daqui a pouco.