Marun é saco de pancadas da imprensa, que trata petista com lhaneza
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) — relator da CPMI da JBS e que vai recomendar o indiciamento de Rodrigo Janot e sua trupe (leia post), além da extinção dos benefícios das delações de Joesley Batista e sua turma — virou o novo saco de pancada da imprensa. Bernardo Mello Franco, colunista da Folha, o chamou de cachorro em uma coluna, sem espaço para interpretações alternativas. Não consta que esquerdistas que certamente não contam com a anuência do jornalista tenham merecido o mesmo tratamento. A menos, claro!, que ele aprove o comportamento dos petistas no chamado petrolão.
De Marun também se diz: "Pertenceu à tropa de choque de Cunha". É impressionante que os petistas não sejam tratados como membros da "tropa de choque de Lula" — salvo engano, tem mais inquéritos nas costas do que o ex-deputado. E notem que não faço juízo de valor a respeito. Afinal, sou eu a apontar que Sérgio Moro condenou Lula sem provas. Isenção é coisa complicada. A gente se obriga a escrever coisas de que não gosta. E precisa tomar cuidado para falar de pessoas de que não gosta.
O deputado foi um dos articuladores da resistência do presidente Temer às duas articulações para derrubá-lo — parte daquela operação investigada pela CPI, com sobejas evidências de manipulação.
Aí alguém poderá dizer que o objetivo da CPI era investigar "irregularidades envolvendo as empresas JBS e J&F em operações realizadas com BNDES e BNDES-PAR ocorridas entre os anos 2007 a 2016". Era um dele. O outro: apurar os "procedimentos do acordo de colaboração premiada celebrado entre o MPF e os acionistas da empresas JBS e J&F".
Foram apurados. E as fraudes estão lá.