MORO E SEUS AMIGOS 5: Sim, é preciso que nos voltemos ao processo à esteira do qual Lula foi para a cadeia
Sim, o procedimento de Moro é um tanto vergonhoso quando nos lembramos o papel que teve na condenação de Lula, principal adversário do grupo que chega ao poder, no qual o ex-juiz exerce papel de destaque. Não custa lembrar que, na sentença que condenou o petista, Moro foi incapaz de apontar um ato de ofício do ex-presidente ou mesmo de estabelecer a conexão entre o tal tríplex de Guarujá e a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal. Não! Eu não estou sustentando que Lula é inocente. Se tivesse tal convicção, diria. Eu estou lembrando o que está nos autos. Eu estou lembrando que, em embargos de declaração, o próprio então juiz escreveu:
"Este juízo jamais afirmou, na sentença ou em lugar algum, que os valores obtidos pela Construtora OAS nos contratos com a Petrobras foram usados para pagamento da vantagem indevida para o ex-Presidente".
A ser assim, cumpre-me lembrar:
1: se o apartamento não derivada de contratos com a Petrobras, por que era ele, Moro, o juiz, se o doutor cuidava dos assuntos pertinentes à empresa?;
2: se não há conexão entre o que se apresenta como prova e a denúncia, como condenar?
Mas Moro não deu bola para essas coisas. E, com efeito, a sua sentença foi referendada pelo TRF-4. Por unanimidade, os três desembargadores da 8ª Turma votaram em favor de manter a condenação e ampliar a pena de prisão do ex-presidente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A condenação a 9 anos e 6 meses de prisão saltou para 12 anos e um mês. Por que faço essa breve memória.
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