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Reinaldo Azevedo

No embate, o senador defendia os pobres; a molestadora de esquerda, os ricos. Jucá no avião-2

Reinaldo Azevedo

01/12/2017 03h25

Essa gente que sai por aí com uma câmera na mão e fezes na cabeça só se considera realizada se seu vídeo vai parar em algum veículo da chamada "mídia tradicional", que é como esses delinquentes de esquerda e de direita se referem à imprensa.

Se sua malcriação fica restrita às redes sociais, não tem graça. A razão é simples: nas ditas-cujas, há coisa muito pior. Há uma competição permanente para ver quem consegue ser mais abjeto.

Esta senhora que abordou Jucá, do ponto de vista psicológico, não difere em nada daquela outra que disparou no Facebook ofensas racistas à filha de um ator famoso. O que ambas querem? Publicidade. São a versão extremamente mitigada dos assassinos em série ou dos lobos solitários, que saem por aí a praticar atrocidades.

Se jornais, rádios, TVs e sites noticiosos que devem ser levados a sério ignorassem essas delinquências, a coisa tenderia a refluir. Não tem graça ficar se exibindo para os loucos de sempre.

Curioso, não? Jucá é um dos políticos mais demonizados nessa era da lava-jatice e chatices afins — que são coisas distintas de uma operação que deveria ser séria e que deveria, se fosse, ser levada a sério. A imprensa também adora detestá-lo, nem sempre por bons motivos.

No caso em questão, naquele avião, havia dois lados: o dela e o dele. Ocorre que, ali, naquela hora, quem estava defendendo os pobres era Jucá. A militante contra a reforma da Previdência era a porta-voz do interesse dos endinheirados.

Atenção! Ainda que você queira acreditar em todas as acusações que faz o MPF na Operação Lava Jato; ainda que aquilo tudo fosse verdade, o valor não chega a fazer cosquinha no rombo da Previdência: R$ 149,7 bilhões em 2016.

O estatismo, que está em alta — e o Ministério Público Federal é contra a reforma da Previdência! — rouba muito mais o país e mata muito mais do que a corrupção.

"Então devemos tolerar a corrupção?"

Só um asno chegaria a essa conclusão.

Não!

Devemos é reduzir o tamanho do Estado.

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.