O ataque de “O Globo” à pré-candidatura de Meirelles, o vício de mandar fora do controle e espasmo da agenda derrotada
Alguém com complexo de Deus anda a dar conselhos ou a tomar decisão no grupo Globo de comunicação. No dia 4, o jornal "O Globo" publicou um editorial estupefaciente — tão frágeis são os argumentos! — contra a pré-candidatura de Henrique Meirelles à Presidência. Não custa lembrar que o mesmo veículo havia mandado Michel Temer renunciar em razão do que a tal gravação de Joesley Batista NÃO trazia…
Que tal deixar o domínio da política para o povo e para os políticos? Meios de comunicação informam, opinam, analisam, mas não emitem "diktats". Tanto pior se vêm ancorados em argumentos toscos.
Então Meirelles não pode se apresentar como pré-candidato porque isso atrapalharia a reforma da Previdência? É mesmo? Os demais candidatos podem ser ou ambíguos a respeito (Alckmin) ou francamente hostis (Lula, Bolsonaro, Ciro, Marina), mas aquele que defende a mudança e a promove há de se manter longe da disputa? Corolário: em nome da reforma da Previdência, deve-se criar um cordão sanitário em torno do político que com ela se identifica!!!
A premissa de que alguém se oporia à reforma só para não jogar água no moinho de Meirelles embute a suposição de que se trata de agenda de um grupo, de um setor, não do país. Em vez de "O Globo" atacar as candidaturas que são contra a reforma, prefere bater, em nome da fé na dita-cuja, no único pré-candidato abertamente favorável a ela.
Em que manual de política se aprende tal lição? Desconheço. Ou conheço: é só o velho vício de mandar — que, tudo indica, voltou a sair do controle.
No fim das contas, trata-se de mais um espasmo dos derrotados do movimento "Fora Temer". Afinal, uma candidatura identificada com o governo e com a agenda certa expõe de forma inequívoca:
A: seu erros e análise;
B: seu desastrado engajamento jornalístico numa agenda derrotada pelos fatos — ainda que se pudessem alegar boas intenções.
E isso, também, é apenas um fato.