O GOVERNO E A FARDA 1: Só a política para fazer de um simples capitão o chefe de tantos generais. E o fato não deixa de ter a sua graça
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, indicou para a Secretaria de Governo o general da reserva Carlos Alberto Santos Cruz, que Sérgio Moro, futuro ministro da Justiça, havia escolhido para a Secretaria Nacional de Segurança Pública. É o terceiro general da reserva com a função de ministro. Os outros dois são Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e Augusto Heleno (Gabinete da Segurança Institucional). E mais um pode se juntar à turma: Joaquim Maia Brandão Junior, cotado para a Infraestrutura. O vice-presidente, Hamilton Mourão, como se sabe, também é general. A particularidade de Santos Cruz em relação aos demais é que ele é um general-de-divisão, com três estrelas. Os outros todos têm quatro e são os chamados "generais-de-Exército", o topo da carreira em tempos de paz. O posto de "marechal", a quinta estrela, foi abolido na reforma de 1967. Em caso de guerra, pode-se, excepcionalmente, conferir a um general-de-exército a quinta estrela. Nota à margem: Marcos Pontes, ministro da Ciência e Tecnologia, é tenente-coronel da Aeronáutica. O militar mais miúdo é aquele que a política fez o chefe de todos: justamente o presidente Jair Bolsonaro, que foi para a reserva como capitão. E isso tem lá a sua graça ou a sua ironia.
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