O Ministério Público não vai apelar ao ECA para investigar atitude de Bolsonaro? Vai se calar para proteger sua candidatura “in pectore”?
O episódio da garotinha é só a expressão mais constrangedora da cultura da morte. Este senhor já é réu no Supremo por incitação ao estupro e injúria e foi denunciado por racismo pela Procuradoria-Geral da República no caso da ofensa aos quilombolas. O relator do primeiro caso é Luiz Fux, que está sentado sobre o processo; o do segundo é o ministro Marco Aurélio. Nas duas circunstâncias, o deputado apela à imunidade parlamentar e ao direito que teria de, titular de um mandato, dizer o que lhe dá na telha, o que incluiria considerar o estupro um merecimento que só deve contemplar as mulheres bonitas.
Dizer desta vez o quê? O Ministério Público Federal tem à sua disposição o Estatuto da Criança e do Adolescente para atuar. Bolsonaro é hoje um queridinho de promotores e procuradores. Assim como Deltan Dallagnol em seu vídeo gravado durante o expediente — uma expressão da improbidade administrativa —, todos ficamos sabendo que o Brasil tem um só e agudo problema: e seu nome é "corrupção". Aquele que se dedicar a combater esse mal estaria apto a governar o Brasil, ainda que confesse, e o fez de novo em entrevista ao Globo, a sua brutal ignorância em economia e em qualquer outra coisa que diga respeito à administração pública. O país estaria a precisar de uma liderança moral. E ele, então, se oferece parar ser essa alternativa.
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