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Reinaldo Azevedo

ONYX 1: Governo quer fim de subsídios e juro maior para a casa própria, mas isenção para as armas. Você quer casa? Compre um revólver!

Reinaldo Azevedo

15/01/2019 22h53

Onyx Lorenzoni: ministro acena com isenção de impostos para a compra de armas

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, está mesmo se mostrando uma figura singular. Nesta terça, ele afirmou que o governo brasileiro estuda abrir o mercado de armas no país — vale dizer: permitir a entrada de empresas estrangeiras. As ações da Taurus, virtual monopolista do setor, despencaram. Acho que ainda haverá gente por lá arrependida de ter dado asa a cobras. Este senhor integra um arranjo de poder que tem a intenção declarada de pôr fim a subsídios e isenções. Parece ok. Vamos ver a proposta. Também está previsto um aumento dos juros da casa própria para a classe média. Afinal, toda a sociedade paga. Mas o ministro acena com a possibilidade de isentar de impostos quem comprar armas.

Quer casa? Tome um revólver.

E se justificou assim, segundo leio na Folha:
"Isso [a isenção] está em estudo. A gente sempre lembra de que deveria haver a instalação de fábricas aqui no Brasil, na maioria dos países essa é uma condicionante para a competição. Então o governo pensa dessa forma para poder receber aqui novas fábricas. E aí trazem tecnologia para o país, trazem novos empregos, investimentos".

Ele está falando sobre a economia como um todo ou sobre a indústria de armas? Se fala sobre a economia como um todo, o ministro está anunciando que a política econômica do governo Bolsonaro tem como uma de suas premissas, deixem-me ver, garfar o Sistema S, com suas escolas e teatros, e escolher alguns setores que teriam o consumo desonerado, incluindo a indústria de armas, é isso?

Onyx já falou com Paulo Guedes a respeito?
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Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.