A confissão: quer de novo comando da Câmara para turbinar seu partido
Rodrigo Maia (DEM-RJ) é, no fim das contas, uma esfinge sem segredos. Quer ser presidente da Câmara pela terceira vez consecutiva — um fato realmente inédito em razão da agressão à Constituição tolerada pelo STF em 2017. Não se considerou um "mandato" aquela eleição de 2016 para preencher o tempo que ainda cabia a Eduardo Cunha. Só por isso ele pode se reeleger, na mesma legislatura, para o mesmo cargo na Mesa, em 2017. Nota: Regimento Interno da Câmara e Constituição proíbem essa reeleição. Bem, se aquele tempo em que ocupou a presidência em substituição a Cunha não era mandato, então era o quê?
No comando da Casa, gosta de afetar independência em relação ao Planalto — embora só tenha sido reeleito porque contou com o apoio de Michel Temer, num erro político raro do presidente —, mas já evidenciou que mistura carne com leite sem hesitar. O seu maior ataque ao governo, até agora, aconteceu quando parlamentares dissidentes do PSB resolveram migrar para o PMDB, não para o DEM. Ou por outra: Maia confessa que quer a Presidência da Câmara (caso se reeleja deputado, claro!) no biênio 2019-2020 para turbinar o próprio partido.
É preciso ver, claro!, se os russos vão concordar com ele.