Ainda que os tucanos queiram brincar de oposição a Temer, isso não rende votos novos
Se os números do segundo turno expõem a perdição da política, os do primeiro, por óbvio, não ficam muito atrás. No cenário menos exótico testado pelo Datafolha, Lula (PT) aparece com 36%, seguido por Jair Bolsonaro, com metade disso: 18%. Em terceiro, está Marina Silva (Rede), com quase a metade de Bolsonaro: 10%, seguida por Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT), com 7%.
Este cenário mais plausível ainda é irrealista porque traz Manuela D'Ávila, do PCdoB, com 1%. Se Lula realmente fosse candidato, ela não seria. E todos sabem disso. Nesse caso, Álvaro Dias disputa pelo Podemos, obtendo 4%. Em dois dos cenários, não há o nome de Dias, mas se testa o de Joaquim Barbosa (sem partido), que fica com 5% ou 6%. Não muda a ordem geral. Ocorre que ele não será candidato.
Numa outra simulação, outra impossibilidade: Henrique Meirelles ser candidato pelo PSDB. Não creio. Se sair, e isso pode acontecer, será pelo PMDB.
Sem Lula, Bolsonaro ficaria na liderança, com 21% ou 22%. Esqueçam. Mesmo que o petista não possa concorrer, a coisa não ficará assim. É grande a chance de Lula pôr um poste em primeiro lugar. Marina fica em segundo lugar, com 16%, seguida por Ciro Gomes (12%) e Alckmin (9%).
Como se pode notar, ainda que os tucanos queiram brincar de oposição ao governo Temer, isso não rende votos novos, não. Parece ser uma má escolha. Mas ainda falaremos muito a respeito.