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Reinaldo Azevedo

Alckmin critica, Tarso responde e comete uma injustiça com o PT ao não reconhecer sua grande obra

Reinaldo Azevedo

23/02/2017 22h03

O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, com acerto, criticou a máxima do presidente Lula segundo a qual, sem reforma política, não é possível acabar com a corrupção. Farei ainda hoje um texto mais longo a respeito, evidenciando a essência totalitária de tal afirmação. Mais: trata-se de uma ameaça. Alckmin, que, felizmente, começou a falar mais duro — e já percebeu que bater em Lula dá voto —, lembrou o óbvio: não há reforma que reforme a moral dos imorais. Não disse com essas palavras, mas esse é o sentido. Tarso Genro, ministro das Relações Institucionais, rebateu a crítica e, ó!, afirmou que a corrupção começou no governo FHC. Digamos que fosse verdade. Até nisso tem de haver o efeito clonagem? Ainda que tivesse começado, o PT continuou por quê? Para evitar uma ruptura com o passado? Ademais, ele sabe muito bem: corrupção, de fato, sempre existiu. No Brasil e no mundo. Ora mais, ora menos. Boa parte da melhor retórica latina se fez no combate às variadas formas de corrupção. O ponto não é esse. A questão é saber quem fez da corrupção um método de governo, uma regra, não a exceção. A questão é saber quem deslocou o centro das decisões do Estado para um governo paralelo, gerenciado por uma quadrilha. Tarso sabe muito bem que eles não imitaram ninguém.

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.