Alckmin, Marina, Bolsonaro, Schopenhauer como sapo e sapo como Schopenhauer. 2018 vem aí. Que discurso triunfará?

Na convenção tucana deste sábado, Geraldo Alckmin, que assumirá a presidência do partido, deve fazer um discurso em que o PT e seu presidenciável, Luiz Inácio Lula da Silva, devem ser os principais alvos.

Mas o governador não deve centrar fogo na roubalheira promovida pelo partido. O mote será o desastre econômico provocado pelo lulopetismo, que, com efeito, causou um prejuízo ao Brasil e aos brasileiros muito superior àquele decorrente da corrupção.

Aliás, não cair na armadilha do denuncismo lava-jateiro é um dos cuidados que deve(m) ter o(s) adversário(s) de Lula. Referendar o discurso da operação salvacionista significa espalhar o fel contra a política produzido pelos procuradores.

Lula, por razões que não vêm ao caso neste post (já escrevi bastante a respeito), conseguiu superar as máculas e pechas que lhe pespegaram o MPF e o juiz Sérgio Moro. Curiosamente, os adversários do PT é que sobraram com o peso maior da operação. Tomemos pelo resultado até aqui: houvesse hoje uma eleição, o chefão petista emplacaria o quinto mandato consecutivo para o partido e o seu terceiro à frente da Presidência da República. Atentem, no entanto, para as dificuldades que hoje enfrenta Aécio Neves.

Ademais, há uma penca de tucanos acusados pela Lava Jato. E Alckmin é um deles. Seu caso foi enviado ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

De resto, a gritaria histérica contra a política e os políticos já conta com seus atores: Jair Bolsonaro e Marina Silva. Ele, como sabemos, tem aquela mania de submeter o difícil a suas soluções simples e erradas. E ela, ao contrário, gosta de submeter o fácil a suas soluções complexas e não menos… erradas! Ou por outra: no discurso de Bolsonaro, Schopenhauer vira um sapo cururu; no de Marina, o sapo cururu vira um Schopenhauer.

Alckmin tem chance caso se apresente como o candidato do país que saiu do buraco, voltou a crescer e quer continuar nesse caminho.