De tucanos e gatos escaldados

Nem parece coisa de tucano, e sim de gato escaldado, dada a rapidez. Por seis votos a zero, o Conselho de Ética decidiu expulsar o deputado Domiciano Cabral, da Paraíba, flagrado na máfia dos sanguessugas. Suas explicações foram consideradas insatisfatórias. Foram dadas mais 48 horas para a defesa dos outros dois: Itamar Serpa (RJ) e Helenildo Ribeiro (AL). É assim que se faz. Expulsão de partido é processo político, não jurídico. Não precisa esperar sentença transitada em julgado. O PSDB sabe muito bem que o ponto de inflexão da recuperação do PT tem nomes: Eduardo Azeredo (PSDB-MG), senador, e Roberto Brant (PFL-MG), deputado. Receberam ajuda do esquema de Marcos Valério, embora não tenham feito parte do valerioduto, aquele esquema petista que buscava construir o Estado paralelo. Mas e daí? Deveriam ter sido exemplarmente punidos. Os partidos foram lenientes e conferiram verossimilhança à mentira petista de que todo mundo é igual. Claro, a economia ajudou Lula, mas a sensação de imoralidade coletiva ajudou muito mais. Assim, é para ser rápido, fulminante. E é bom o PFL fazer o mesmo.