Decisão óbvia: Loures se torna réu, acusado de corrupção passiva
O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures agora é réu. O juiz Jaime Travassos Sarinho, da 10ª Vara Federal de Brasília, aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, que o acusa de corrupção passiva. Ele foi filmado pela PF recebendo de Ricardo Saud, executivo da JBS, uma mala contendo R$ 500 mil.
Não há rigorosamente nada de surpreendente na decisão. Tanto é que o juiz se saiu com o que é uma praxe, um conjunto de jargões mesmo, para justificar a aceitação da denúncia: "Há substrato probatório mínimo que sustenta a inicial acusatória, existindo, portanto, justa causa para a deflagração da ação penal".
Agora cumpre ao MPF produzir as provas. Como a acusação é de corrupção passiva, parte-se do princípio de que Loures ofereceu ou prometeu à JBS, em razão de sua função pública, alguma vantagem.
Por mais que Rodrigo Janot tenha jogado para a torcida, o fato é que a mala, sem as evidências da contrapartida, não é prova suficiente — ou não seria… em condições normais.
O juiz, por óbvio, fez a coisa certa. Existe, sim, o "substrato probatório mínimo" apontando para um crime. A menos que se considere normal que malas com R$ 500 mil circulem pra cima e pra baixo.
Normal não é. Que se investigue. E que se condene. Com provas.