Em tucanês, fechar questão é igual a cada um votar como lhe der na telha
O esforço do governo e dos governistas para fazer a reforma é sincero, mas a coisa não é fácil, sabem-no líderes experientes como o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que falou em deixar a votação para fevereiro.
Querem um exemplo? Tomemos o caso desses incríveis tucanos. Na primeira reunião com a Executiva do PSDB, que comandou na condição de presidente do partido, Geraldo Alckmin conseguiu arrancar o fechamento de questão em favor da reforma da Previdência. Alguém que faça uma leitura convencional do mundo, afinada com o sentido das palavras, logo entenderia: "Ah, isso quer dizer que os 46 deputados do PSDB votarão a favor, certo?"
Não! Não quer dizer. Em tucanês, fechamento de questão significa que cada um faz o que lhe der na telha, já que não haverá punição para quem não seguir a orientação. Deputados federais participaram do encontro. Carlos Sampaio (SP) afirmou que o partido não impôs condição nenhuma para aprovar o texto, mas, disse ele, foi escalado pelo governador de São Paulo para tentar garantir regras mais suaves — leia-se: privilégios — para servidores públicos. Chamou os ditos-cujos de "socialmente justos".
A deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO) sintetizou o espírito da coisa ao repudiar punições para quem votar contra a reforma. "Não tem como ter punição. Vai expulsar metade do partido?"
Pois é. Tucanos!