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Reinaldo Azevedo

Jumentice 3: o ministro Fachin não está ajudando Lula; Moro não é mesmo juiz dos casos

Reinaldo Azevedo

21/06/2017 05h46

A terceira jumentice — leiam a respeito das outras duas — está procurando chifre em cabeça de cavalo. Vamos ver. Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, retirou da 13ª Vara Federal de Curitiba, a de Sérgio Moro, quatro investigações e as redistribuiu: três delas dizem respeito ao ex-presidente Lula, e uma, a Eduardo Cunha. E o que alegaram as respectivas defesas? Que os casos nada têm a ver com a Petrobras — o popular "petrolão".

Bem, e não têm mesmo. Nesse caso, Fachin está certíssimo. Supor que atuou desse modo apenas para beneficiar o petista é uma tolice.

No que diz respeito ao petista, são três apurações: se ele favoreceu a Odebrecht em Angola com recursos públicos, se a construtora pagou mesada a um de seus irmãos e se facilitou irregularidades praticadas pela empresa nas construção das hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau, no rio Madeira. No caso de Cunha, o que se apura é se ele contratou a empresa Kroll para tentar obstruir investigações.

O caso do irmão de Lula foi enviado para a Justiça Federal de São Paulo, e os demais, para a de Brasília.

Não há conspiração nenhuma de Fachin em favor de Lula. Aliás, nesse caso, ele está certo. Seu erro consiste em continuar relator na investigação que apura as acusações que Joesley Batista faz a temer. Também ele nada tem a ver com a Petrobras. Vale dizer: FachIn deveria aplicar a si mesmo o critério que aplica aos outros.

 

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.