Maia fala como dono ou articulador maior de candidatura de centro
São várias as cutucadas da vez que o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) dá no presidente Michel Temer na entrevista que concedeu à Folha no domingo. A principal vem na forma de uma frase. Disse ele:
"Você não precisa ter um candidato que faça uma tatuagem 'eu sou Michel Temer' na testa, você precisa ter um candidato que tenha uma agenda de reformas, porque naturalmente o governo será beneficiado".
É incrível! O presidente da Câmara acredita que pode excluir o governo Temer da disputa em 2018 e que o "benefício" que este obteria decorreria de haver um candidato que levasse adiante a agenda de reformas. Há, pra começo de conversa, um erro conceitual na afirmação: a agenda de reformas não beneficiaria um governo que, então, estaria chegando ao fim, mas a população — caso, claro, se acredite mesmo nela, não é?
Maia fala como se fosse o dono ou principal articulador de uma candidatura do centro, que representaria, então, essa agenda modernizadora. Chega a ser espantoso. É nesse ponto que, como já afirmei, invejo o seu antidepressivo. Raramente me deparei com alguém que tivesse em tão alta conta, e sem motivos, o próprio "self".
Quem ele pensa que é para definir tal candidatura.