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Reinaldo Azevedo

Minha coluna na Folha desata sexta: “A vitória da derrota nos espreita”. Os malucos avançam

Reinaldo Azevedo

09/06/2017 06h36

Leiam trechos:
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Antes ainda de a Lava Jato completar seis meses, o jogo perigoso praticado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal surgiu à minha frente com uma clareza de tal sorte fulgurante que me perguntei se eu não estava numa daquelas operações mentais a que toda pessoa está sujeita: imaginar uma conspiração e, depois, torcer os fatos para que estes endossem o suposto engenho, a exemplo do que fazem os "cegos de tanta luz".

Ao constatar as prisões preventivas em massa, raramente ancoradas no artigo 312 do Código de Processo Penal, mas endossadas pela segunda instância, tive a certeza de que caminhávamos para uma situação muito delicada. "Descobriu isso só agora, Reinaldo?, depois da queda de Dilma?" Consultem o arquivo do meu blog e desta Folha, por exemplo, e vocês constatarão que não.

A primeira percepção, pois, foi um insight mesmo, algo que, como escreveu o poeta, "se soube de repente".

Mas depois me tranquilizei –em relação à minha suposta paranoia apenas– ao submeter o que estava em curso a alguns valores que constituem a base do meu, vá lá, pensamento. E eu tenho por princípio que, numa democracia, não me servem procedimentos que transbordem dos marcos institucionais –muito especialmente, das leis.

Formulei definições próprias para "progressista" (esquerdista) e "conservador" (direitista) –sempre considerando um regime democrático, já que, numa ditadura, quase tudo é relativo. O primeiro promove, como um ato de vontade, a transgressão aos limites legais. As alegorias prediletas a justificar seus crimes são a justiça e a igualdade. Oh, quantos crimes de corrupção passiva lavagem de dinheiro se cometeram em nome de tal dupla, não é, PT?

Já a um conservador deveria ser óbvio que agredir a lei para promover justiça incide em duas consequências negativas: no mais das vezes, não se corrige nada –só os militantes se divertem– e ainda se depreda o tal molde, estimulando, portanto, novos crimes e crimes novos.

Sim, eu me espantei um tantinho quando vi grupos organizados identificados com a chamada "direita" a fazer da Lava Jato a sua maior referência política e de Janot "um certo Capitão Rodrigo" de sua afirmação moral.
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Janot, Deltan Dallagnol e Sergio Moro já podem tocar o joelho do seu Moisés da Moral. Em vez do ar vetusto do patriarca, essa estátua tem a cara de Joesley Folgadão. E a direita, que se deixou enredar pelas fantasias de um novo ente de razão, grita em desespero: "Prendam ou condenem Lula antes que ele se eleja!" É patético.
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Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.