Mortes em SP: a demagogia federal continua

Lula insiste em oferecer apoio ao governador Cláudio Lembo para combater o PCC. Trata-se de uma armadilha. O Brasil tem hoje um estrategista político chamado Marcola, o chefão da organização. O partido do crime já deixou claro que não quer a vitória de tucanos. A trama, um filmão B, está toda preparada. Se Lembo aceita a ajuda, é certo que Marcola manda suspender os assassinatos de agentes penitenciários. E ficará parecendo que a Força Nacional de Segurança (FNS), uma ficção, é que conseguiu pôr ordem na casa, coisa que a polícia de São Paulo não teria conseguido. É uma piada. A FNS é formada por PMs de vários Estados. Imagine soltar no Jardim Ângela soldados treinados nos igarapés do Amazonas… A única ação possível, nesse caso, diz respeito à área de Inteligência. Até que não se consiga cortar o sistema de comunicação dos presídios para as ruas, nada vai acontecer. Mais: é preciso votar com urgência uma lei especial que equipare esse tipo de ataque a ações terroristas, que afetam a segurança do Estado democrático, com punições compatíveis. A FNS não serviria para nada. Quando ela foi mobilizada em massa para o Espírito Santo, o governo de São Paulo é que teve de lhe fornecer uniforme e coturno. Ou, dada a penúria em que o governo federal deixou a segurança, os caras teriam de enfrentar o crime pelados e de pé no chão. Márcio Thomaz Bastos deixou o Estado à mingua. Repassou pouco mais de 20% dos recursos a que São Paulo tinha direito. A PM de São Paulo tem 94 mil homens. Bastos quer mandar quantos mais? Dois mil? Ampliar o contingente em menos de 2% vai fazer que diferença? A menos que Marcola colabore com ele, nenhuma! Ah, sim: quando é que o candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, vai parar de criticar a Polícia de São Paulo e vai começar a atacar Marcola? Do jeito como as coisas estão, fica complicado: Marcola agride com balas, e Mercadante, com palavras.