Ódio a setor rural é um dos nomes do esquerdismo e do irracionalismo na imprensa
A realidade pode mudar, mas não a cobertura de certos setores da imprensa. A pauta é sempre a mesma, pouco importa o objeto que esteja sendo analisado. Também os ódios não variam, o que explica parte importante da pindaíba política em que estamos. Querem ver?
Por que o governo resolveu baixar a Portaria 1.129 que define — em vez de reduzir a abrangência do conceito — o que é trabalho análogo à escravidão? Ora, a resposta parece óbvia: para conquistar votos da bancara ruralista.
Mais: o governo renegocia dívidas do setor rural por quê? Ora, para atender às reivindicações da bancada ruralista. E, nos dois casos, ele o faz com que propósito? Para conquistar votos contra a denúncia.
Bem, ainda que fosse verdade, haveria uma máxima escondida em tudo isso: não fragilize o governo a ponto de ele ficar dependente, então, de balcões de negócios. Ocorre, no entanto, que verdade não é.
Venham cá: caso Temer caísse, a realidade se afiguraria melhor para esses que são chamados "ruralistas"? O setor estaria mais bem representado se o presidente fosse Rodrigo Maia ou outro qualquer que tivesse chance no Colégio Eleitoral? E não que Temer seja seu instrumento no governo. Estou é perguntando se algum outro representa a alternativa segura, encarnada pelo presidente, no que respeita à segurança jurídica.
Faço outra pergunta: será mesmo que o setor depende de tal sorte do trabalho análogo à escravidão que precisa chantagear o presidente e arrancar dele uma portaria com tal conteúdo?
Entende-se que o ruralismo que consegue chegar ao Congresso e formar uma bancada representa os setores mais organizados do agronegócio, que opera com critérios e tecnologia de ponta que hoje deixam a indústria brasileira no chinelo. Faz sentido a simples suposição de que essa gente não iria tão longe nem seria tão pujante não fosse a mão de obra escrava?
A suposição, com a devida vênia, é energúmena, mas foi parar até num editorial do jornal "O Globo", claro!, que aproveitou para lembrar a devastação da Amazônia, cujo ritmo caiu substancialmente no governo… Temer.
Dizer o quê? Chegamos ao vale-tudo. Se, até ontem, valia até matar o presidente, por que não esmagar um pouco mais a verdade?
Eis aí… Essa é a pauta permanente das esquerdas, à qual a imprensa adere por inércia ou por determinação explícita de derrubar o presidente da República.