Os com-jatinho pedem voto a Lula em festa dos sem-terra; Dirceu reaparece em comício e prega que se combata “a direita”

Dia desses José Rainha Jr. esteve em Brasília. Chegou e partiu de jatinho. Neste domingo, recebeu, em Mirante do Paranapanema, Oeste do Estado de São Paulo, ninguém menos do que José Dirceu, deputado cassado por corrupção, que hoje se define como um homem ligado ao setor privado. Ninguém sabe para quem ele trabalha. O certo é que também ele está longe de ser um sem-jatinho. Mas gosta muito dos que se dizem sem-terra. Ele participou da 1ª Festa do Lavrador. Em companhia de José Genoino, ex-presidente do PT, pediu votos para Diolinda Alvez de Souza, mulher de Rainha e candidata a deputada estadual. Em troca, ela apóia a candidatura de Genoino a deputado federal. Dirceu não pode concorrer porque está com os direitos políticos cassados. A tal da festa é organizada pela Federação dos Municípios com Assentamentos do Pontal e pela CUT. Dirceu fez uma defesa enfática da candidatura de Lula à Presidência, opondo o que chamou de um projeto popular à volta "da direita". Um candidato não pode imprimir uma camiseta, mas uma entidade de caráter sindical, não partidária, pode ser posta a serviço da candidatura Lula e do PT. Sei que é ocioso dizer, mas o alinhamento da CUT com Lula e seu partido contraria o próprio estatuto da central. Vejam este trecho do artigo 4º do estatuto da entidade. "Para cumprir seus objetivos, a Central Única dos Trabalhadores se rege pelos seguintes princípios e compromissos fundamentais: "[a CUT]defende que os trabalhadores se organizem com total independência frente ao Estado e autonomia em relação aos partidos políticos, e que devem decidir livremente suas formas de organização, filiação e sustentação material. Neste sentido, a CUT lutará pelos pressupostos consagrados nas convenções 87 e 151 da OIT no sentido de assegurar a definitiva liberdade sindical para os trabalhadores brasileiros".