Tucanos fujões somam covardia e frouxidão. Sem coragem, não se toma um Chicabon
Até outro dia, ele jurava ser tucano; aí a coisa apertou, e a verdadeira natureza ganhou a sua forma
Huuummm…
Acho engraçado que muita gente diga que sou tucano. Não mesmo! Há grandes quadros no partido, sim! Mas a legenda, em si, me dá uma preguiiiça gigantesca.
Lideranças do partido se reúnem nesta segunda-feira para definir se ficam no governo ou se caem fora. Ministros e governadores que se opõem ao desembarque tentam convencer os mais afoitos a adiar tal decisão.
Há uma marquetagem meio vagabunda, com a devida vênia, entre aqueles que querem saltar do barco. Seriam os "cabeças negras", os "xofens" do partido. Sei. Juventude agora virou categoria de pensamento… Imagino uma fala mais ou menos assim: "O rapazola ali falou uma vistosa besteira, mas é bom prestar atenção! Afinal, ele é jovem!"
Ah, tenham paciência!
As redes sociais, seus hormônios e suas espinhas provam do que são capazes os indômitos, não é mesmo? Nunca se viu tantos "Schopenhauers" com menos de 40 anos reunidos…
Essa conversa tucana expõe a miséria da convicção da política brasileira fora do terreno da esquerda. Ah, sim, há muita coisa miserável entre os vermelhos — da ética à matemática, dá para escolher. Mas se admita: no geral, não falta aos comunas ao menos a virtude da resiliência. Também costumam ser corajosos e leais entre seus pares ao menos. Não fosse tanta determinação, não teriam quase destruído o país, não é mesmo?
Os não-esquerdistas, e isso vale também para parte dos tucanos, são assustadiços, fracotes, correm da briga, se mijam todos ao primeiro barulho. Mais: costumam ser reféns do olhar do adversário. Já lembrei aqui: o PSDB afastou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) no dia seguinte ao carnaval feito pela PF e pelo MP. O PT elegeu a senadora ré Gleisi Hoffmann para presidir o partido.
Ah, não! Não estou a dizer que o PT é um exemplo a ser seguido. Mas estou dizendo, sim, que o partido constrói sua identidade sem se deixar intimidar pelo alarido. Posso achar, e acho, aquilo tudo horrível, detestável. Ocorre que me repugnam os covardes e desleais de qualquer lado.
Vejam o caso de Aécio. Eu, jornalista, dono das minhas opiniões, senhor das minhas vontades, digo com todas as letras: é um escândalo que tenha sido afastado do mandato sob acusação de obstrução da investigação. A prisão preventiva de Andrea Neves, minha fonte — e o vazamento ilegal da nossa conversa me rendeu alguma dor de cabeça e uma infinita alegria —, é escancaradamente ilegal.
Certa feita, um sem-noção me perguntou: "O que você ganha escrevendo essas coisas?" Posso assegurar que não é o que andam ganhando alguns vagabundos, na base da especulação, tentando depor o presidente Temer. Ganho a satisfação de dizer o que acho certo. Mas volto. Eu tenho a clareza e a coragem de dizer: "O afastamento de Aécio e absurdo e ilegal". A mudez do tucanato a respeito, com raras exceções, me faz pensar se o PSDB realmente existe ou tem o direito de existir.
E não! Não vou aqui asseverar a inocência de Temer, de Aécio ou de J. Pinto Fernandes. Não sou juiz. Não investigo. Não sou nem policial nem procurador. Mas sei reconhecer agressões ao Estado de Direito quando diante delas. Esses que agora falam em deixar o governo estão, lamento ter de dizê-lo, tentando pegar carona também nos aspectos viciosos da Lava-Jato. Na prática, querem se ajoelhar no altar de todas as arbitrariedades cometidas pela Força Tarefa e por Rodrigo Janot em particular.
A simples conjectura já me parece suficientemente asquerosa.
Não se enganem, "jovens"! Janot já tatuou na testa de vocês a pecha de ladrões e aproveitadores — afinal, vocês são políticos, certos? Vão ter de lutar muito para se livrar da mácula. E o governo Temer não tem nada com isso.
Convém, agora, evitar a fama de "covardes". Essa combinação será mesmo fatal.
