PT também pega carona na crise; federação de petroleiros, braço do partido, anuncia greve de três dias. Será que Bolsonaro dará o seu apoio?
O bolsonarismo não está sozinho na exploração da crise. Outro que tenta ser sócio do descalabro é o PT. Basta dar uma espiada nas páginas ligadas ao partido e a seus militantes. A exemplo de seu homólogo de extrema-direita, os petistas também acham que é tudo culpa de Michel Temer, tratam o locaute como questão meramente lateral e tentam obter dividendos políticos. Convenham: com seus ataques à direção da Petrobras, Ciro Gomes (PDT), o virtual candidato do PT, não fez coisa muito diferente. Não subiu em palanque em defesa do caos, como os bolsonaristas, mas, por óbvio, escolheu o alvo errado.
E para que não reste a menor dúvida sobre a adesão do PT ao "quanto pior, melhor", a FUP (Federação Única dos Petroleiros), um aparelho histórico do partido, anunciou uma greve de 72 horas a partir de quarta-feira.
A pauta é a seguinte, segundo o seu comunicado:
"Os eixos principais do movimento são a redução dos preços dos combustíveis, a manutenção dos empregos, a retomada da produção das refinarias, o fim das importações de derivados de petróleo, não às privatizações e ao desmonte da Petrobras e pela demissão de Pedro Parente da presidência da empresa".
Como se pode perceber, Jair Bolsonaro poderia assinar a nota da FUP.
Se o abastecimento estiver normalizado até quarta-feira, a greve dos petroleiros não causará grande transtorno. Até porque o combustível existe, desde que o caminhão consiga sair da refinaria. Mas é pouco provável que tudo esteja nos conformes até o dia da greve.
Quem é um tantinho antigo nessa profissão sabe que greve de petroleiros é algo organizado com bastante antecedência; não é decretada da noite para o dia. É evidente que o PT está tentando pegar carona na boleia dos ditos caminhoneiros; o partido também quer ser sócio do caos.
Pretende-se ainda enviar uma "mensagem" aos brasileiros: nos tempos de Lula, nada disso acontecia. A confusão seria fruto do tal "governo do golpe". Infelizmente, a própria imprensa tem sido parcimoniosa em lembrar quanto custou à Petrobras a política de Dilma de "estabilidade do preço dos combustíveis": R$ 70 bilhões. Foi o governo petista que quebrou a empresa. A gestão Temer a recuperou dos escombros.
E por que, apesar dos descalabros, parte considerável da sociedade apoia uma greve de empresários multimilionários que torna ainda mais difícil a vida dos pobres? A resposta e matéria para outro post.