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Reinaldo Azevedo

Reforma Trabalhista: o voto dos senadores; infidelidade a governo Temer é baixa e prevista

Reinaldo Azevedo

12/07/2017 00h19

A taxa de infidelidade ao governo foi baixa. Pertencem à base de apoio e votaram contra a reforma os seguintes parlamentares: Eduardo Amorim (PSDB-SE),  Kátia Abreu (PMDB-TO, Otto Alencar (PSD-BA) e Roberto Requião (PMDB-PR). Dois outros se ausentaram: Hélio José (PMDB-DF) e Maria do Carmo Alves (DEM-SE)

Os que disseram "não" são todos adversários declarados do governo, embora membros de partidos que compõem a base. Não considerei os votos do PSB (2 a favor, 3 contra e 1 abstenção) entre os formalmente aliados porque considero que o partido já está na oposição, ainda que mantenha um ministério (Minas e Energia), com Fernando Bezerra Coelho (que se licenciou para votar). Ele acompanhou Maia no almoço — que nunca é grátis —  na casa de Paulo Tonet, vice-presidente de Assuntos Institucionais do Grupo Globo, hoje empenhado em depor Temer.

Vejo ali entre os que se opõem à reforma ninguém menos do que o ex-tucano Álvaro Dias (PR), que quer se candidatar a presidente pelo "Podemos", tendo Deltan Dallagnol, o procurador-estrela, como candidato a uma vaga ao Senado. Dias também é o autor da proposta original do fim do foro especial. Logo o partido precisará de um complemento: "Podemos Ser Populistas".

Os tucanos, com parte em processo de fuga, deram 10 dos seus 11 votos. Noto que, ainda que militasse inteiro na oposição, e todos tivessem dito "não", a reforma teria sido aprovada por 40 a 36. Isso significa que é irrelevante o partido estar ou não na base? Não! Com 40 votos, não se consegue aprovar uma emenda constitucional.

Dos que votaram a favor da reforma, querem sair da base, que se saiba, apenas Cássio Cunha Lima, Tasso Jereissati e Ricardo Ferraço. Ataídes Oliveira e Flexa Ribeiro admitem a possibilidade. Os demais são favoráveis à permanência. De todo modo, deixar a base de apoio não implicaria votar contra a reforma da Previdência, por exemplo.

Ocorre que, para que se chegue lá, é preciso um governo que a tanto esteja determinado, como está o de Michel Temer. Vejam como votaram os senadores.

APROVARAM
Aécio Neves (PSDB-MG)

Ana Amélia (PP-RS)
Antonio Anastasia (PSDB-MG)
Airton Sandoval (PMDB-SP)
Armando Monteiro (PTB-PE)
Ataídes Oliveira (PSDB-TO)
Benedito de Lira (PP-AL)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Cidinho Santos (PR-MT)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Cristovam Buarque (PPS-DF)
Dalirio Beber (PSDB-SC)
Dário Berger (PMDB-SC)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Edison Lobão (PMDB-MA)
Eduardo Lopes (PRB-RJ)
Elmano Férrer (PMDB-PI)
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)

Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)
Gladson Cameli (PP-AC)
Ivo Cassol (PP-RO)
Jader Barbalho (PMDB-PA)
João Alberto Souza (PMDB-MA)
José Agripino (DEM-RN)
José Maranhão (PMDB-PB)
José Medeiros (PSD-MT)
José Serra (PSDB-SP)
Lasier Martins (PSD-RS)
Magno Malta (PR-ES)
Marta Suplicy (PMDB-SP)
Omar Aziz (PSD-AM)
Paulo Bauer (PSDB-SC)
Pedro Chaves (PSC-MS)
Raimundo Lira (PMDB-PB)
Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
Roberto Muniz (PP-BA)
Roberto Rocha (PSB-MA)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Rose de Freitas (PMDB-ES)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Simone Tebet (PMDB-MS)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Vicentinho Alves (PR-TO)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Wellington Fagundes (PR-MT)
Wilder Morais (PP-GO)
Zeze Perrella (PMDB-MG)

REPROVARAM
Alvaro Dias (Podemos-PR)

Ângela Portela (PDT-RR)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
Eduardo Amorim (PSDB-SE)
Eduardo Braga (PMDB-AM)

Fátima Bezerra (PT-RN)
Fernando Collor (PTC-AL)
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Humberto Costa (PT-PE)
João Capiberibe (PSB-AP)
Jorge Viana (PT-AC)
José Pimentel (PT-CE)
Kátia Abreu (PMDB-TO)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Otto Alencar (PSD-BA)
Paulo Paim (PT-RS)
Paulo Rocha (PT-PA)
Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Regina Sousa (PT-PI)
Reguffe (Sem partido-DF)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Roberto Requião (PMDB-PR)
Romário (Podemos-RJ)
Telmário Mota (PTB-RR)
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)

ABSTENÇÃO
Lúcia Vânia (PSB-GO)

AUSENTES
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Hélio José (PMDB-DF)
Maria do Carmo Alves (DEM-SE)

 

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.