Triângulo das Bermudas rejeita o PT. E Lula é PT

Viram só? São Paulo, Minas e Rio não querem saber do PT e dos candidatos que têm o apoio de Lula. Todo mundo sabe que o eleitorado do Babalorixá sempre foi maior do que o do partido, mas os números são por demais convincentes, não? No Rio, o PT nem tem candidato. Ou melhor, tem: Vladimir Palmeira, coitado, com 1%, vive, como diria Cecília Meirelles, o seu "patético momento". Lula teve de apelar a um "bispo" da Igreja Universal do Reino de Deus. A propósito: sempre me perguntam por que ponho aspas quando escrevo "bispo" para designar a autoproclamada hierarquia dessas seitas neopentecostais. Não é preconceito. É conservadorismo. Não levo a sério nenhuma religião com menos de 489 anos… Fazer o quê? Tenho esse direito. Por que 489? História, crianças, história… Voltando. No Rio, Lula teve de se juntar a Igreja Universal do Reino de Deus. Em Minas, o desempenho de Nilmário Miranda é constrangedor. Se considerarmos que o PT tem a Prefeitura de Belo Horizonte, os números são ainda mais bisonhos. Assim, é óbvio que Lula tem eleitores nesses Estados que são refratários ao petismo. Por mais óbvio que seja, é preciso que se diga: a campanha de Alckmin precisa ligar Lula à sua obra. E sua principal obra, é bom jamais esquecer, é o PT. A propósito: o prefeito do Rio, César Maia, precisa ser realista. O apoio de Anthony Garotinho a Alckmin pode ser mais do que necessário; pode ser inescapável. Apoio não quer dizer acordo. São Paulo, Rio e Minas: o Triângulo das Bermudas pode, sim, decidir as eleições.