Trump decidiu desorganizar ordem globalizada que foi criada pelos próprios EUA e quer um muro também para separar economia do país
Donald Trump é um desordeiro da ordem mundial — ordem que gravita, sim, ainda em torno dos EUA. A sua decisão de romper o acordo nuclear com o Irã, com a ligeireza com que o fez e baseando-se em documentos falsos, é coisa de falastrão irresponsável. Não menos estupefaciente foi o seu namoro com um delinquente internacional como Kim jong-un. Aquilo a que se assistiu, que é nada, só serviu aos propósitos do ditador. Mas Trump não é apenas um fanfarrão que resolve estrear no tabuleiro da política internacional levando ainda mais desordem ao Oriente Médio e flertando com um terrorista atômico. É também o presidente que decidiu desorganizar a economia globalizada, conforme as regras que foram saudavelmente estabelecidas pelos próprios EUA. Trump não fechou a fronteira apenas aos imigrantes. Ele também levantou um muro para separar do resto do mundo a economia americana. No seu universo mental, que tem sido chamado de "mercantilista", os EUA produzem em solo pátrio aquilo de que precisam os americanos, tentam ganhar mercado no resto do mundo, sufocando os locais e recebe as divisas das multinacionais sediadas no país. E o resto da Terra que se dane. Afinal, é isso o que quer o seu público. É isso o que quer a sua audiência. Os taradinhos das redes sociais que veem um ato de coragem em humilhar os já humilhados cobram dele "tolerância zero".
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