Tudo o que se tem contra Gleisi são delações em si contraditórias. Mas delação, afinal é ou não é prova? Resposta óbvia: é claro que não!
Delações em si contraditórias. É tudo o que se tem contra a senadora Gleisi Hoffmann no caso da acusação de recebimento de R$ 1 milhão de propina oriunda da Petrobras. Nada mais. Será o suficiente para condenar alguém numa ação criminal — condenação que, no caso da senadora, viria acompanhada de perda de mandato e inelegibilidade? Bem, isso é parte da confusão que tomou conta do país nessa área. E que não será desfeita tão cedo
O Ministério Público Federal resolveu apresentar como "provas" algumas ligações feitas no período em que o dinheiro teria sido entregue, em quatro parcelas, como a dizer: "Viram só? As pessoas se falaram…" Sim, mas cadê a prova de que o dinheiro foi entregue? Não há. Cadê a evidência de que a origem do dinheiro, cuja entrega não se provou, é a Petrobras? Também não há.
E olhem que Gleisi se tornou ré — isto é, a denúncia foi aceita pelo Supremo — em setembro de 2016. Ao longo de dois anos, o órgão acusador foi incapaz de apresentar as tais… provas.
"Ora, Reinaldo, delação não é prova?" Obviamente, não. Para dirimir qualquer dúvida a respeito, o próprio STF já sacramentou que não. Ela é apenas um elemento da investigação. Não fosse assim, delatores de boa lábia governariam o mundo, não é mesmo? Bastaria sair por aí acusando as pessoas do que lhes desse na telha.
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