ABERRAÇÃO 4: Bolsonaro exigiu Bebianno no comando do PSL. E se for usado para o caso o “Método Lava Jato”, que levou Lula à cadeia?
E aqui cumpre destacar uma questão muito relevante, já bastante exótica à época. O então deputado Jair Bolsonaro anunciou a sua candidatura, mas não sabia por qual partido. Acabou migrando para o PSL de Luciano Bivar, então na presidência da legenda. Qual foi a exigência do candidato? O comando do partido, em caráter temporário, enquanto durasse a campanha, teria de ser passado a uma pessoa de sua estrita confiança, que falasse por ele. E foi assim que Gustavo Bebianno se transformou numa figura única na história das eleições: um presidente temporário de legenda. Analisando a questão, Sérgio Moro, o ministro da Justiça, seria levado a constatar que a interferência de Bolsonaro na assunção de Bebianno como chefe do partido foi muito mais direta do que a de Lula na nomeação dos diretores da Petrobras. Ora, ora… Sem a suposição — e isto está lá nas sentenças de Moro e de Gabriela Hardt, sua discípula — de que Lula tivera interferência direta na composição das diretorias da Petrobras, como ligar as falcatruas na empresa ao apartamento de Guarujá e ao sítio? Sim, todos os que lemos as duas sentenças — umas dez pessoas —, sabemos que a ligação entre os contratos e a suposta propina nunca foi estabelecida. Mas se assegura em ambas: Lula era o garantidor último da permanência daqueles diretores em seus respectivos cargos. E acabou recendo favores de empreiteiras. Logo… Não há dúvida de que Bolsonaro foi o promotor e o garantidor de Bebianno na chefia do PSL. Ora, o que quer que este tenha feito, convenham, o fez em benefício do agora presidente também. Vai que dê a louca em Bebianno, cansado de ser tratado como pária, e ele demonstre que parte dos desvios de recursos, supostamente gastos pelas laranjas, foi parar na campanha presidencial… E aí?
Continua aqui