Bancada evangélica e Olavo de Carvalho vetam Mozart Ramos para a Educação; Bolsonaro pode ceder às pressões e voltar atrás em indicação
Segundo o jornal "O Globo", Jair Bolsonaro, presidente eleito, pode voltar atrás e não indicar o nome do professor Mozart Ramos para o Ministério da Educação. O polemista Olavo de Carvalho e a bancada evangélica não o querem no cargo porque ele seria considerado muito… progressista! Vejam vocês: as razões técnicas que recomendam a indicação de Mozart são as mesmas que a turma considera que o descredenciam. Teria de ser, no dizer de uma fonte com a qual converso a reportagem de "O Globo", alguém que "tome pancada da imprensa e de educadores", mas que não abra mão de pautas ditas "conservadoras", como Escola Sem Partido e combate à chamada "ideologia de gênero".
Vale dizer: o titular da pasta teria de ser um "escola com partido" — no caso, teria de tomar o partido desses críticos da indicação de Mozart. Pelo visto, o que eles querem é mesmo a educação como palco de uma guerra ideológica.
O vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), considerado o filho mais próximo ao presidente eleito, classificou a indicação de Mozart como "fake news". O próprio Bolsonaro diz não ter indicado ainda ninguém. O Instituto Ayrton Senna, do qual Mozart é diretor, diz que ele tem um encontro marcado com o futuro presidente nesta quinta. A equipe de transição não confirma.
Informa a Folha:
"Com a pressão por uma desistência do educador, o colombiano Ricardo Vélez Rodriguez foi chamado às pressas de Juiz de Fora (MG) para conversar com Bolsonaro nesta quarta-feira (21). O nome do professor já circulava entre os cotados para o Ministério da Educação. Rodriguez é formado em filosofia pela Universidade Pontifícia Javeriana e em teologia pelo Seminário Conciliar de Bogotá. Hoje é professor associado da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG)."
Vélez Rodrigues é outro nome da preferência de Olavo de Carvalho. Ele já nomeou, por assim dizer, o futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.