BOLSONARO EM DAVOS 1: Pela primeira vez, um latino-americano fala na abertura de fórum; torço para aplaudir um estelionato ideológico

Jair Bolsonaro falará na sessão inaugural do Fórum Econômico Mundial, de Davos, na Suíça, que começa no dia 22 e se estende até o dia 25. É a primeira vez que um líder latino-americano merecerá tal deferência. Eu estou pronto para aplaudir o que ousaria chamar aqui de um "estelionato ideológico" do presidente brasileiro. Afinal de contas, Davos é tudo aquilo que os chamados "antiglobalistas" mais execram.

Se Ernesto Araújo, chanceler brasileiro, e o próprio Bolsonaro estivessem certos na pregação que fizeram até agora, o Fórum seria só mais um dos entes manipulados pelo comunismo internacional a servir ao chamado "globalismo", que seria a fachada contemporânea daquela ideologia satânica. Ou não é mais ou menos isso, com grau de loucura frequentemente maior, que vivem a repetir por aqui os fiéis da seita? Não por acaso, a grande ausência do evento é Donald Trump, presidente dos EUA. Ele cancelou sua participação em razão da paralisação parcial do governo americano causada pelo impasse orçamentário gerado pela decisão da maioria democrata da Câmara de não liberar os fundos para a construção do muro na divisa com o México. O que o muro tem a ver com isso?

Ele seria uma expressão física do combate a esse tal mundo global, com o qual Trump também vive às turras. Traduz ainda um entendimento sobre o problema migratório que é visto com péssimos olhos pelos poderosos de Davos. Para eles, a melhor saída para o capitalismo é a integração ao sistema das minorias e dos pobres. Apostam, de fato, numa cultura global identificada com a democracia, com a tolerância, com a economia de mercado e com a cooperação entre os países. A esquerda mundial nunca gostou muito do evento. Tanto que criou o Fórum Social Mundial, com amplo patrocínio do PT. Ainda me lembro das críticas feitas pelas alas rombudas do PT e das esquerdas quando Lula decidiu ir ao evento, em 2003. Pregou uma maior cooperação entre ricos e pobres e fez cobranças.
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