BRUMADINHO E O GOVERNO BOLSONARO 2: Conselho aprovou truque que rebaixou grau de risco de operação, acelerando licença ambiental

Basicamente, o que se debateu no conselho foi a ampliação da extração de minério de ferro na região — de 10,6 milhões de toneladas para 17 milhões de toneladas — e o chamado "descomissionamento" de uma das barragens: justamente a que rompeu. "Descomissionar" quer dizer desativar. Essa barragem já não recebia rejeitos dede 2015. Tinha sua segurança atestada pela Vale. O projeto da mineradora, além da ampliação da produção em mais de 70%, compreendia dar destinação aos rejeitos da barragem, que também têm valor de mercado.

A aprovação foi feita a toque de caixa, nos estertores do governo de Fernando Pimentel (PT). Informa o Estadão:
O geógrafo Klemens Laschefski acompanhou o trâmite do processo no Copam para assessorar famílias da região que faziam reivindicações por mais segurança. Para ele, houve negligência na análise. "O projeto entrou (no Copam) como classe 6, de alto risco e que necessita de um processo de licenciamento profundo, e assim foi tratado até novembro. De repente, virou classe 4, com um licenciamento simplificado, sem estudos necessários para se mensurar as exatas consequências da intervenção", explicou."

Ou seja: rebaixou-se a classificação, a despeito dos perigos, para que a licença ambiental pudesse se dada com mais celeridade. E isso tudo no país que assistiu à tragédia de Mariana em 2015.
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