Clipping/Folha 4 — Eleições e mais impunidade
Por Lilian Christofoletti e Rogério Pagnan, nesta segunda: "Mais que defender os interesses da população, as eleições de outubro serão uma 'tábua de salvação' para muitos políticos acusados de crimes comuns. Uma vitória poderá garantir a eles o privilégio de adiar as investigações e seus julgamentos para um futuro bem distante, com grandes chances de não serem punidos.Isso é possível porque a legislação garante a deputados federais e a senadores o direito de serem julgados penalmente apenas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), instância máxima do Judiciário, que, na opinião de especialistas ouvidos pela Folha, não tem estrutura nem vocação para processar parlamentares.Para Carlos Velloso, ex-presidente do STF, a situação abre espaço para que os acusados escapem da investigação. "É claro que políticos com problemas na área criminal desejam o foro privilegiado. Nos tribunais superiores, como não há estrutura para cuidar de tantos processos, as situações acabam caindo na impunidade", disse.Na história do Supremo, nunca houve um processo concluído que terminasse em condenação. Todos foram absolvidos ou arquivados."