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Reinaldo Azevedo

Como presidente em exercício, Mourão diz o certo sobre armas: não é uma medida para combater a violência. É o que sempre sustentei neste blog

Reinaldo Azevedo

21/01/2019 16h44

Sempre que alguém neste governo ou em qualquer outro disser o fizer a coisa correta, bem, dizer o quê? Pode contar com o meu elogio. É o caso, mais uma vez, do vice-presidente e ora presidente em exercício Hamilton Mourão. Ele disse algo que escrevi aqui, entre aspas mesmo, sobre o decreto de Jair Bolsonaro sobre a posse de armas de fogo:
"Não vejo como uma questão de medida de combate à violência. Vejo apenas, única e exclusivamente, como atendimento de promessa de campanha do presidente e que vai ao encontro dos anseios de grande parte do eleitorado dele".

Vale dizer: não se trata de política de segurança pública.

General de Exército, quatro estrelas, acho que ele entende do assunto um pouco mais do que Bolsonaro. E expressa a opinião que Sérgio Moro, o ministro da Justiça, não teve coragem de expressar. Sim, ele foi eleito, é vice e não pode ser demitido. Mas Moro também não. Por outros motivos.

Leio ainda na Folha:
Mourão avaliou ainda que não é possível dizer hoje que há uma possibilidade "concreta" e "real" do Congresso Nacional facilitar também o porte de armas no país.

Para ele, ainda é necessário aguardar o posicionamento sobre o tema do novo Poder Legislativo, que toma posse no início do próximo mês e teve um elevado percentual de renovação.

"Não conhecemos ainda o posicionamento desse Congresso Nacional que vai iniciar. Eu acho que há uma certa distância em a gente considerar que isso é viável", afirmou.

Para quem sabe ler: Mourão está afirmando que é hora de cuidar de temas relevantes e deixar o circo pra lá.

Leia mais sobre Mourão aqui.

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.