Convites reiterados de Bolsonaro a Moro para Ministério da Justiça ou STF e silêncio de juiz são prova dos noves do viés político da Lava Jato
Ah, caras e caros! Sei quanta pancada tomei quando escrevi que, por óbvio, Jair Bolsonaro, agora presidente eleito, era o nome da Lava Jato. Ainda que não fosse o candidato escancarado, era o nome "in pectore", que se escondia ali no coração dos protagonistas da operação. Não fosse assim, ainda seria o candidato por via de consequência, não? Afinal, a razia provocada na política resultou, como atrevi, no renascimento do PT e na busca por um nome que fosse "contra isso tudo o que está aí", incluindo os petistas. E deu em Bolsonaro. Diziam que eu estava delirando. Não! Eu não estava. Agora as coisas se explicitam. E Sérgio Moro foi convidado nesta segunda, em cena aberta, duas vezes, para ser ministro da Justiça de Bolsonaro — convite feito pelo próprio presidente eleito em entrevistas. A alternativa é, desde já, antecipar a sua indicação para o Supremo. Celso de Mello só deixa o tribunal em novembro de 2019. Consta que Moro está considerando seriamente uma coisa e outra, mais o Ministério da Justiça do que o STF — este, afinal, pode sempre esperar. O juiz tem apenas 46 anos. Quem pode ter ficado um pouco chateado é o onipresente Gustavo Bebbiano, que já havia se apresentado para o cargo.
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