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Reinaldo Azevedo

Cúpula do governo tenta afetar tranquilidade com “caso Flávio Bolsonaro”, mas ela é falsa; o filho deveria renunciar em benefício do pai

Reinaldo Azevedo

21/01/2019 07h09

General Hamilton Mourão, presidente em exercício: ele nega que caso Flávio tenha chegado ao palácio

Hamilton Mourão, agora presidente em exercício, pelo tempo que Jair Bolsonaro permanecer na Suíça, deu a seguinte declaração à Reuters: "É preciso dizer que o caso Flávio Bolsonaro não tem nada a ver com o governo". O general da reserva é homem experiente o bastante para saber que não lhe caberia dizer o contrário, mas também para saber que isso não é verdade. Para começo de conversa, fiquemos com as suas palavras: então existe um "caso Flávio Bolsonaro". E como! E, por enquanto, as coisas só pioram. Sejamos claros: o melhor que Flávio teria a fazer em favor de seu pai seria renunciar ao mandato. Haveria um solavanco, é verdade; a decisão seria vista como uma espécie de confissão, mas uma coisa é certa: diminuiria a sombra sobre o governo. Como está, o troço, que parece até modesto perto dos casos de corrupção que conhecemos, tem potencial para tragar o governo, sim. A razão é óbvia: tudo está perto demais do presidente da República. E, de sexta-feira para cá, o rolo mudou de patamar em valores e no potencial politicamente explosivo.
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Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.