Documentos mostram que Vale sabia de risco elevado de colapso da barragem de Brumadinho desde outubro
A Vale, maior produtora global de minério de ferro, estava ciente no ano passado de que a barragem de rejeitos de Brumadinho que entrou em colapso no mês passado, matando pelo menos 165 pessoas, tinha um risco elevado de ruptura, segundo documento interno visto pela Reuters na segunda-feira, 11.
O relatório, datado de 3 de outubro de 2018, mostra que, segundo a própria Vale, a barragem da mina de minério de ferro Córrego do Feijão, tinha duas vezes mais chance de se romper do que o nível máximo tolerado pela política de segurança da empresa.
O documento é a primeira evidência de que a própria Vale estava preocupada com a segurança da barragem. (…)
Zona de atenção:
O relatório interno da companhia de outubro de 2018 colocou a barragem da mina Córrego do Feijão dentro de uma "zona de atenção", dizendo que "deve ser assegurado que todos os controles de prevenção e mitigação estejam sendo aplicados".
A barragem foi marcada para descomissionamento. Um fracasso poderia custar à empresa 1,5 bilhão de dólares e teria o potencial de matar mais de cem pessoas, segundo o relatório.
Outras nove barragens, das 57 que foram estudadas, foram colocadas na zona de atenção, de acordo com o relatório.