Globo tem de pôr o golpista Molon no lugar de José Mayer como galã grisalho e pegador!
O núcleo de teledramaturgia da Globo deveria contratar o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ). Assim, em vez de dar plantão no Jornal Nacional, ele participaria da novela das nove. Com a aposentadoria de José Mayer, por, como chamar?, "Incontinência Global" (já explico o que é…), Molon faria o papel do galã grisalho que pega as ricas da Zona Sul. Se bem que… Vá lá! A emissora tem grandes diretores no seu núcleo artístico e consegue treinar o ainda deputado no exercício da cafajestagem, mas com testosterona.
Sim, antes que eu continue, você quer saber o que é "Incontinência Global". É uma espécie de síndrome da onipotência. Pode servir para cantar figurinistas ou para tentar dar golpes de Estado. Adiante.
Molon é líder da Rede na Câmara. Isso quer dizer que tem sob a sua orientação… três deputados. É pouco para o tamanho do gigante — refiro-me ao tamanho de seu topete, claro!
Assim, ele decidiu agora ser líder de todos os partidos da base. O rapaz decidiu entrar com um mandado de segurança no Supremo para impedir partidos da base aliada de mudar os integrantes da CCJ, o que desarranja parte da arquitetura golpista contra Michel Temer, que começou a ser desenhada quando um certo Rodrigo escolheu Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) como relator. E não foi o Pacheco (PMDB-MG), presidente da comissão, mas o Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara.
Molon é loquaz, tem perfil global, e isso quer dizer que tem mais pompa do que inteligência. Ele se saiu com esta: "Isso [a substituição de membros da CCJ] fere a separação dos Poderes porque é uma ação do Executivo. Você não pode escolher o juiz em função do réu. Não é o réu quem escolhe o juiz".
A fala é sensacional porque não se sabia que o presidente estava em julgamento na CCJ. A comissão apenas encaminha um parecer ao plenário, que, ainda assim, não julga. O juiz é o Supremo.
Quem escolheu juiz, agredindo a Constituição, foi Rodrigo Janot ao levar o caso dos crimes que ainda precisavam ser cometidos (!?!?!?) para Edson Fachin.
Bem, duvido que o Supremo se meta nessa… Ou melhor: tudo é possível. Se a coisa cair, por sorteio, nas mãos de Roberto Barroso, Luiz Fux ou Rosa Weber, o inferno é o limite. Os dois primeiros porque sabem muito bem o que fazem e por que fazem. Ela porque, mesmo não sabendo, tem noção de que lado está.
Ah, sim: não deixa de ter sua graça. A Rede não tem eleitores e, por isso, praticamente não tem parlamentares: apenas quatro deputados e um senador: Randolfe Rodrigues (AP), a soprano do golpe.