Guedes sobre IBGE: agressão gratuita; que tal vender palácios do Planalto e da Alvorada, dado o que se produz lá?
O que vai aqui vale para qualquer órgão público: uma coisa é sua dotação orçamentária, com seus gastos correntes; outra, o emprego de dotações especiais para a construção prédios.
O IBGE dispõe de instalações que o ministro considera luxuosas e desnecessárias? É possível passar as ditas-cujas nos cobres e gastar menos com o simples custeio da máquina? Excelente! Que ele o faça. Sugerir que se venda um prédio para poder realizar uma pesquisa que é a base de dados da larga maioria dos entes privados e públicos no Brasil é um chute na canela que típico de rapazotes e moçoilas recém-convertidos ao liberalismo de botequim.
A ser assim, vendam-se todos os prédios públicos — a questão será achar compradores —, converta-se tudo em caixa e se torre na gestão cotidiana do serviço prestado. O dinheiro vai acabar. E depois?
Também é irresponsável a história de simplificar a pesquisa. Simplificar em quê? De que aspecto ele não gosta? O que está errado?
Eis um aspecto da personalidade do ministro que tem de ser contido. O que falou essas tolices sobre o IBGE é o mesmo que teve um chilique com uma jornalista argentina quando ela fez um pergunta técnica e correta sobre o Mercosul. O doutor se irritou e disse e repetiu que o bloco não era uma prioridade do então candidato Bolsonaro. E emendou: "Era isso o que você queria ouvir"?
Se Guedes está tentado a pôr à venda prédios que considera suntuosos e ineficientes, ainda acaba passando adiante os palácios do Planalto e da Alvorada, não é mesmo?
Menos, ministro!
Vossa Senhoria precisa é ganhar votos para a reforma da Previdência em vez de sair por aí a disparar obscurantismo sob o pretexto de dizer a verdade que ninguém diria.
Convém que o senhor se fixe no objetivo principal e deixe a vaidade arrogante de lado.