Moro não é tolo 1: Futuro ministro indica para a direção-geral da PF o atual superintendente de Curitiba. É a sua própria República no poder
"Eu seria um tolo se não aproveitasse pessoas que trabalharam comigo, especialmente no âmbito da Lava Jato porque já provaram integridade e eficiência."
A frase acima é do ex-juiz Sérgio Moro, ao justificar a indicação de Maurício Valeixo para a direção-geral da Polícia Federal. Pois é… Se há coisa de que Moro não pode ser acusado é de ser "tolo". Eu, por exemplo, sempre o considerei um dos homens mais espertos da República. Percebi isso logo no terceiro mês da Operação Lava Jato, em 2014. Quando vi a forma como manipulava setores da imprensa, pensei: "Que cara esperto!". Eis aí. Tinha e tem um projeto de poder. No momento, ele e Jair Bolsonaro se dão, vamos dizer assim, carona.
Valeixo é superintendente da Polícia Federal no Paraná e é amigo do futuro superministro da Justiça, Segurança Pública (e o que mais rolar) desde o ano 2000. Está habilitado, sim, para o cargo: comandou a diretoria de Combate ao Crime Organizado (Dicor) por três anos na gestão de Leandro Daiello e foi adido em Washington, nos EUA, entre 2015 e 2017. Mas é, acima de tudo, amigo de Moro. E isso conta muito no currículo.
Mais do que a dita "República de Curitiba", quem morde um naco do poder é a República de Moro. Convenham: é mais fácil, a esta altura, Jair Bolsonaro se desgastar no poder do que o ex-juiz, não é mesmo?
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