O erro de Lula 3: o líder petista insiste em acusar a imprensa; equivoca-se ao ignorar que ele e o PT não são vítimas monopolistas

No vídeo divulgado nesta segunda, Lula insiste em acusar a imprensa. Mas erra de novo.

"Eu acho que tem uma coisa muito grave acontecendo: me parece que eu sou o sonho de consumo dos ministros que me julgaram e do juiz Moro. Porque me parece que eles não querem, em hipótese alguma, junto com a Rede Globo e outros instrumentos de comunicação no Brasil, que a Lava Jato acabe ou que eu seja inocentado antes de ser preso. Eu, a única coisa que eu quero é que seja analisado o mérito do meu processo. No dia em que me provarem um meio crime que eu cometi neste país, eu irei cumprir todas as decisões sem nenhuma preocupação. O que eu não posso aceitar é que prevaleça a mentira, contada pela Polícia Federal da Lava Jato no inquérito, aceita pelo Ministério Público para me acusar, e aceita pelo Sérgio Moro para me condenar. Não posso aceitar essa decisão como uma coisa normal."

Lula e o PT insistem em apontar uma espécie de conluio entre órgão de investigação do Estado e os meios de comunicação. O alinhamento automático com a Lava-Jato, com efeito, existe. Basta ver a indústria de vazamentos que foi montada, com a colaboração ativa da imprensa. O erro está em considerar que o PT é o alvo único dessa parceria indesejável. Isso é falso. Na verdade, os políticos como um todo e a política se transformaram num alvo. O objetivo é operar em ambiente de terra arrasada,

Como erro adicional, Lula cobra que os órgãos acusadores apresentem as provas ao acusado. Ora, isso não existe em lugar nenhum do mundo. As provas têm de ser apresentadas à Justiça. "E quando a Justiça é injusta?" Bem, é preciso, então, fazer uma luta política. E é nisso que o partido tem errado de maneira cabal. Em vez de procurar aliados nessa luta, hostiliza outras vítimas da indústria de acusações criada no país.

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